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Nada é tudo e tudo é nada

Quando nada é acaso de nada
Os versos, mais pura essência
E a essência de tudo é calada
Os gestos ficam na lembrança

E o nada é tudo que eu tenho
Se o vácuo for de fato o vazio
E o não fazer, algo a ser feito
Uma opção é deitar no macio

Ocupar a mente com algo oco
Mesmo que só o aforismo louco
Como o tempo que me invade

Deixar a mente exposta ao ar
A vida inteira livre para vadiar
Sem a memória que me abate

A noite

A noite quer ser vista, apreciada
Não somente pela jovem beleza
Nem pela formosa lua anunciada
Apenas por sutil e ingênua destreza

A noite há de ser bela, admirada
Não só como arte de rude franqueza
Nem pela chuva fria em rua isolada
Apenas por sua inabalável certeza

A noite hoje será breve, iluminada
Não por estrelas de doce esperteza
Mas pela formosa amante extasiada

A noite hoje será cheia, ostentada
Não por lua de esplendorosa realeza
Mas por amar-te na madrugada