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Queimam

Queimam as roupas sujas, os móveis, as antiguidades presas no casulo das mentes insanas;
Queimam os gritos que o vento tratou de levar. Os ecos chegaram aos ouvidos daquele que não queria escutar;
Queimam as dores, o ódio, as lamúrias, os questionamentos sem respostas;
Queimam as mentiras, os sonhos, os sentimentos que a voz queria propagar;
Queimam faces cobertas de lama, as máscaras e todas as fantasias;
Queimam as poesias, as prosas, os livros encobertos de poeira na estante do pensar;
Queimam as plantações de sangue, os muros da separação, as sujeiras debaixo dos carpetes das casas...
Mas não queimam aquilo que não se vive sem, mas que ninguém sabe explicar: a tal arte de amar!

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